Vanessa Gerbelli a bondade encarnada em Alice. Uma heroína romântica que terá comportamento louvável.
A estréia de “Amor e Intrigas” marcou uma novidade na carreira de Vanessa Gerbelli. Até hoje, o público pôde vê-la interpretando tipos bons e maus, mas essa é a primeira vez que a atriz paulista terá nas mãos a responsabilidade de viver, na tevê, uma heroína arquetípica, ou “uma mocinha com cachinhos”, como ela define sua Alice. “Ela é uma alma grande”, conta.
Protagonista da trama, a moça simples do interior de Minas Gerais que vai ao Rio de Janeiro para reaver o patrimônio familiar roubado pela irmã - a vilã Valquíria, de Renata Dominguez. E batalha por justiça sem perder a ternura jamais. Comportamento louvável que é visto como uma dificuldade por Vanessa. “Na novela, as pessoas são boas o tempo todo. Na vida real, não. É difícil dar naturalidade a toda essa bondade que a ficção pede”, avalia. Usando de recursos bem folhetinescos, a personagem vai mostrar desde o início a vocação para o bem - característica que será traduzida fisicamente em acessórios românticos e por longas madeixas onduladas - estas foram escolhidas diretamente pelo diretor geral da trama, Edson Spinello. “A Alice é dos detalhes: roupas com rendas, brincos delicados. É o oposto de mim”, diverte-se a atriz, que se classifica como despojada. Vanessa, aliás, não ignora que o excesso de doçura vem sendo evitado pelos autores de novelas, mais afeitos a mocinhos com uma certa dose de malícia. Por isso, quando é questionada sobre como pretende tornar Alice mais crível, Vanessa explica que tem investido em estudo das falas. “O que funciona na protagonista é a verdade absoluta. Por isso, preciso compreender o texto perfeitamente. É mais sentir do que compor”, resume. Além disso, a atriz diz que é fundamental o trabalho em conjunto com Spinello. Juntos, os dois têm buscado o equilíbrio para tornar Alice mais “humana” e menos idealizada. “Ela tem que ser um mosaico de sentimentos. Ou, para usar a referência de uma outra arte, não pode ficar em uma nota só”, enfatiza.
O curioso é que, há pouco tempo, a situação era bastante diferente. Depois de fazer sucesso na Globo em novelas como “O Cravo e a Rosa” e “Mulheres Apaixonadas”, Vanessa chegou na Record com a missão de interpretar Elza, uma vilã que roubava criancinha. O curioso é que, na época, a hoje malvada Renata Dominguez fazia parte da turma do bem. “É a ciranda do ator de novela”, brinca Vanessa. “Mas eu gosto, acho que mudar de lugar é muito bacana”, completa. E na roda-viva dos papéis, chegou a hora da primeira protagonista. Aos 34 anos, Vanessa admite que está sentindo mais cansaço do que o peso da responsabilidade. “Faço o meu trabalho como sempre fiz. Mas a rotina de novela é estressante. Ainda mais nesse início, em que a gente fica gravando até 12 horas direto”, desabafa. Vanessa tem outros motivos para se sentir à vontade no papel - e não é pela experiência no veículo, que já completa sete anos. Para ela, o que mais ameniza o peso de ser a protagonista é a chegada do primeiro filho, Tito, que há sete meses ocupa o topo da lista de prioridades da atriz. “Agora, ele é minha preocupação. Isso é muito benéfico porque baixou a minha ansiedade”, confessa. O resultado é que Vanessa se preocupa menos com as expectativas alheias e entra em cena mais relaxada. “Claro que me preocupo com o resultado, mas isso não me dominou. E a calma é fundamental para o ator de televisão, porque qualquer tensão aparece com destaque na tela”, explica a atriz, que chegou a ser cotada para “Vidas Opostas”, mas desistiu do papel por causa da gravidez.
Fonte: http://www.diarioon.com.br/arquivo/4979/cadernos/tv-23063.htm
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