Aos sete anos – apesar da pouca idade – Vanessa Gerbelli já estreava no palco em uma peça infantil. Iniciou seu trabalho na dramaturgia com o musical “Cazas de Cazuza”. Projeto use além do circuito teatral, ganhando o seu primeiro papel na TV, a vilã “Lindinha”, na novela Global O Cravo e a Rosa (2000). Outro papel consagrado e inesquecível para o público foi “Fernanda”, de Mulheres Apaixonadas (2003), também na Rede Globo. A partir daí, a atriz deslanchou na profissão. Hoje, ela soma no currículo oito novelas, em duas das principais emissoras brasileiras, Globo e Record, 12 peças teatrais e quatro filmes. E no que depender desta paulista, nascida em São Bernardo do Campo, que atualmente mora no Rio de Janeiro, muitos papéis ainda irão abrilhantar sua carreira! Acompanhe o nosso agradável bate-papo com Vanessa, que nos recebeu em Campinas, onde se apresentou com a peça As Meninas, no Teatro do Parque D. Pedro Shopping e nos presenteou com toda a sua doçura e simpatia, além de um lindíssimo e sensual ensaio fotográfico no cenário da peça!
1) Você tem uma grande bagagem na vida artística, fez muitas novelas, seriados, filmes e teatro. Entre esses trabalhos, qual você acredita ter marcado mais a sua carreira? V.G. – Na televisão, foi o meu primeiro trabalho, “O Cravo e Rosa” que me deu muito prazer, tanto pelas pessoas que trabalhei quanto com o diretor que foi o Walter Avancini (Pai). No teatro, esse meu último trabalho com “As Meninas” que, sem demagogia, é um trabalho que está me fazendo aprender muito, e o diretor da peça, o Amir Haddad é uma pessoa muito especial.
2) Falando da peça “As Meninas”, ela é uma comédia dramática sobre o “universo feminino”. Ela fala de que tipo de mulher? Fale um pouco sobre sua personagem, a Consuelo. V.G. – A peça fala da mulher que existe em todas nós! Fala da ansiedade da mulher. Fala da maternidade e de certa forma de todos os anos de submissão das mulheres e da supremacia masculina… Não é nada panfletário, fala da essência da mulher. A Consuelo é um “barato”, ela é uma morta, que no dia do seu próprio velório, levanta para conversar com sua filha! Fala justamente sobre as passagens da vida dela e a visão que ela tem do mundo e do que ela espera para a filha. Tem muito humor, ela conta como conheceu seu marido – o pai de sua filha. É muito bonito! Tem uma visão muito positiva sobre a morte.
3) Você acha que os homens saem da peça com uma nova visão sobre as mulheres? Ou sobre eles mesmos? V.G. – Com certeza! O nosso iluminador, Paulo, foi o primeiro homem a assistir o ensaio com exceção do diretor. E depois do ensaio, quando a gente olhou, ele estava chorando muito! A gente falou, “Nossa, eu achava que fosse uma peça feminina, que fosse tocar mais as mulheres…” E ele falou: “Não, vocês estão enganados! Essa peça é de afeto, fala de relações, fala da natureza humana!” Então, a gente se surpreendeu e chegamos a essa conclusão que não era uma peça feminista e sim, humana.
4) O que você mudaria em você e na sua personalidade? V.G. – Em mim… eu não mudaria nada! Mas, em minha personalidade, eu gostaria de ser menos preguiçosa (risos)… Sou preguiçosa com muitas coisas, não queria ser assim!
5) No sexo, como você se define? Mais ativa ou passiva? Acredita que a mulher deve surpreender o homem sempre ou algumas vezes? V.G. – Vai de acordo com a situação e o estímulo da mulher. Não acredito em fórmulas! Acho que quando a gente pensa em surpreender, já está tendo uma atitude que vai contra o instinto, que vai contra a fluência da situação. Acho que o planejamento não é legal. Para tudo você tem que ter sensibilidade para perceber o momento e perceber o outro, você tem que se sintonizar com a pessoa com quem você está transando.
6) Você tem alguma fantasia sexual não realizada? V.G. – Não tenho. Já realizei todas!
7) Qual foi a transa mais ousada que você já teve? V.G. – Ah…Isso não posso dizer! (risos) Eu sou uma mulher muito discreta! Sou como uma “mineirinha come-quieta”…
8) Você já levou uma cantada ou já recebeu alguma proposta indecente que tenha te deixado constrangida? V.G. – Nós, atrizes e atores em geral, somos muito brincalhões! Então, a gente ouve qualquer tipo de “absurdo”! O ator é muito “maluco”… Não tem “papas na língua”. A gente ouve todas as barbaridades possíveis! (risos)
9) Você concorda com a mulher moderna, que faz “sexo por sexo”? V.G. – Eu concordo, porque é da minha natureza aceitar e gostar da liberdade de cada um, mas por mim, não me sinto bem agindo dessa forma, me sentiria vazia, até um pouco deprimida de transar com alguém e de repente olhar e não ter nada além daquele momento. Eu acho frustrante você buscar uma cumplicidade que não existe! Acho que é muito solitário.
10) Você se considera uma mulher “sexy”? V.G. – Não. Eu me acho sexy às vezes!
11) Você posaria nua? Já deve ter recebido convites… V.G. – Acho que posaria nua na época das décadas de 60 até a de 80. Não eram fotos vulgares, as fotos eram belas! Antes, passava a sensibilidade da mulher e isso era muito sensual! Hoje em dia é ao contrário. A exposição é muito grande! Não vejo beleza nessas fotos. É tudo muito exposto! Eu acho que o erotismo está naquilo que fica coberto, naquilo que você revela pouco, e não totalmente! Já tive proposta sim, mas não condiz com minha natureza.
12) O que um homem precisa ter ou ser para te conquistar? V.G. – Isso varia de fase para fase em nossa vida. Um “padrão” que sempre me seduziu, foi o homem introspectivo, discreto. Eu não gosto do homem “aparecido”! Não gosto de fixar num rótulo! Os homens que acompanharam minha vida, que foram os homens por quem eu me apaixonei, tinham uma pureza… Sei lá, uma cara de “cachorro que cai da mudança”! (risos)
Fonte: http://revistablowup.com.br/portal/2009/12/vanessa-gerbelli/
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